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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Endoscopia no Violão

Olá pessoal!

Não raro, aparecem diversos violões e guitarras semi-acústicas por aqui com problemas internos. Em grande parte os problemas são de ordem eletrônica. Evidentemente que problemas construtivos como bracings descolados, verificação da posição das cordas no cavalete em violões de aço com pino também aparecem e são bem chatos de serem resolvidos principalmente por conta do difícil acesso às entranhas do instrumento.
Há tempos vinha sofrendo com isso e mesmo utilizando espelhos e pequenas luminárias, não era muito fácil de VER tudo o que estava acontecendo lá dentro.
Num desses dias de observações e reflexões, me veio à cabeça que poderia usar uma câmera, daquelas dos filmes da SWAT onde os caras antes de entrarem no prédio, colocam a câmera para verificar o terreno.

O espião 000 utilizando a Snake Camera para outros fins...
Snake Camera na endoscopia do Violão

Tudo o que se passa dentro do violão, mostrado no monitor

Monitor onde as imagens da câmera são transmitidas

O equipamento pronto para ser utilizado

A câmera - que faz todo o trabalho sujo

O led na ponta - Para os trabalhos nos violões, faz toda a diferença!



sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tee Vee - A hibridação entre uma Flying V e uma Telecaster

Olá pessoal!

Apesar do foco de nossa oficina Tanaka Guitar Tech ser nas questões referentes à reforma, manutenção e regulagens vou postar aqui algumas fotos do precesso de construção de uma Tee Vee, ou Tele V, TV.



Shape do braço em V


Abalone










segunda-feira, 21 de maio de 2012

Estabilização de Pontes Flutuantes (Floyd Rose) PT.02

Seguindo o post anterior onde falamos sobre a lógica de funcionamento da ponte tipo Floyd Rose e seus acessórios, vamos ao causo principal.
Um dia desses, apareceu aqui na Tanaka Guitar Tech, uma guitarra muito legal fabricada pela Kramer, modelo Baretta que foi disponibilizada aqui no mercado nacional nos anos 90 e 2.000. Essa que apareceu por aqui especificamente, possuía o famigerado acessório (explicado no post anterior) chamado D-Tuna. 
O grande problema dessa guitarra, é que o acessório vem instalado na ponte flutuante. Ou seja, impossível de utilizá-lo de forma correta. Como o dono da guitarra queira muuuito utilizar o D-Tuna, tive de pensar em uma solução.
A minha primeira escolha, seria a instalação de um Tremol-no que faria com que o D-Tuna pudesse ser usado e ao mesmo tempo, tornaria a alavanca versátil, podendo a um simples toque em um botão ser travada e destravada. Porém o custo desta peça (que não é lá muito fácil de ser encontrada por aqui) estava fora dos planos do meu cliente.
A minha segunda opção e muito utilizada, seria a colocação de um calço de madeira para que a ação da alavanca para esticar as cordas ficasse travada. Como esse seria um recurso com pouca versatilidade pois se o garoto quisesse voltar a alavanca para as condições normais de uso, teria de desmontar tudo e retirar o calço.
Foram horas neste dilema, até que me surgiu uma idéia!
Inicialmente fiquei pensando na estética e se efetivamente funcionaria...
Decidi arriscar!!
E não é que deu certo?!?

Abaixo, seguem as fotos da instalação de uma versão adaptada do Tremol-No efetuada aqui na Tanaka Guitar Tech:

       
Aqui o D-TUna na posição open D
 


A cavidade das molas preparada para receber o "dispositivo!

Aqui, o tão esperado "dispositivo" - Trinco-No 

Nesta posição, o Trinco-No permite a ação da alavanca para os dois lados

Nesta posição o Trinco-No trava a ação da alavanca, permitindo a utilização do D-Tuna


Outro uso para o dispositivo Trinco-No By Tanaka Guitar Tech é se durante uma gig, uma corda estourar, basta acionar a alavanca, fechar o trinco e a guitarra estará afinada mesmo faltando uma corda!

Algumas dicas para a isntalação:
i) Certifique-se de que a guitarra está perfeitamente afinada;
ii) Observe se a ponte se encontra em seu ponto zero - a base da ponte deve estar totalmente paralela ao tampo do corpo;
iii) Coloque o trinco totalmente estendido, tocando o bloco da ponte na posição zero.

Espero que tenham gostado!
 
Até a próxima!!



























Estabilização de Pontes Flutuantes (Floyd Rose) PT.01

Olá pessoal!

Vou replicar aqui o post da minha oficina de luthieria Tanaka Guitar Tech pois trata-se de uma adaptação realizada que pode servir para muitos guitarristas que lêem este blog.

Vou escrever sobre uma adaptação para estabilizar pontes flutuantes - Floyd Rose que realizamos recentemente aqui na Tanaka Guitar Tech.

Dividi este post em duas partes. A primeira vai contar a lógica do funcionamento dessa ponte e os acessórios que foram sendo produzidos ao longo do tempo para incrementar o seu funcionamento. 

1. Histórico, lógica de funcionamento e contras

 
Nos anos 80, quando as guitarras com a ponte flutuante, microafinação, e locking nut, se tornaram populares, as coisas no mundo guitarrístico nunca mais foram as mesmas!
A possibilidade de realizar efeitos com dive bombs extremos e outras modificações decorrentes do efeito de tremolo ficaram mais seguras e estáveis do que nas outras pontes como as da estrato, bigsby, maestro vibrola e outras opções de tremolo.

Foto extraída da Wikipédia




 Ao lado, temos uma visão esquemática do seu funcionamento.

I. A ponte está totalmente equilibrada entre as tensões das molas na parte inferior e das cordas na parte superior.

II. Acionamento - Dive Bomb - a resistência das molas é vencida mecanicamente com o acionamento da alavanca.
III. Retro-acionamento - A resistência das molas se sobrepõe à resistência das cordas

Um dos pontos negativos comumente relatado pelos usuários é que se ocorrer uma quebra de uma corda durante uma gig, a guitarra fica desafinada por completo pois as tensões entre molas e cordas que estavam equilibradas, pendem para o lado das molas já que uma corda se rompeu.


2. Acessórios 


  Um dos músicos que ajudou no desenvolvimento desta ponte e que a tornou um ícone da guitarra virtuosística, o Sr. Eddie Van Halen, desenvolveu também um acessório que acoplado à Floyd Rose, fornecia a possibilidade de se abaixar a afinação da 6a corda de Mi (E) para Ré (D). Esse acessório brilhante, chama-se D-Tuna.





D-Tuna


Para que o D-Tuna funcione perfeitamente, é necessário que o acionamento III visto na visão esquemática acima seja estabilizado (travado), pois se as tensões estão equilibradas e subtamente "afrouxamos" uma das cordas, o efeito gerado será similar ao de uma corda quebrada. Ou seja, todo o conjunto ficará desafinado. Nas guitarras signature do Van Halen, a ponte é instalada sobre o corpo da guitarra, sem o back box (cavidade escavada no tampo do instrumento para permitir a ação da alavanca para trás).
Tremol-No


Existem no mercado alguns acessórios criados para deixar as operações com a Floyd Rose mais versáteis. Acredito que atualmente o que mais se destaca é o Tremol-No.
Este acessório permite três operações:
a) Trava totalmente a ponte para que ela se comporte como uma ponte fixa.
b) Trava apenas o acionamento para trás (ideal para a utilização do D-Tuna)
c) Libera totalmente a ponte. Ela volta a ser totalmente flutuante.

Fim da parte 01.